Cidades invisíveis no Largo das Artes - Dia 28 de Julho
Olá! Participo da exposição Cidades Invisíveis no Despina / Largo das Artes. Seguem mais informações abaixo e logo logo postarei fotos da instalação que farei especialmente para este projeto!
Exposição CIDADES INVISÍVEIS Curadoria: Felippe Moraes Artistas: Amadeo Azar, Ana Holck, Anton Steenbock, Fernando Pinto, Heigorina Cunha, Hildebrando de Castro, Joana Traub Csekö, Le Corbusier, Marcos Chaves, Milton Machado, Pedro Urano, Pedro Varela, Terry Gillian, Wouter Osterholt Abertura: Quinta-feira | 28 de Julho | 19:00 Exposição segue até 30 de agosto Visitação: de terça a sexta-feira, das 11:00 às 19:00 Local: Despina | Largo das Artes Rua Luis de Camões, 2 - Sobrado Centro, Rio de Janeiro - RJ Entrada gratuita + SAARA Nights Mostra final de residências Kira Shewfelt (EUA) Ateliês abertos Bernardita Bertelsen (CHI) + artistas associados Fina Estirpe Dj Ensemble *** CIDADES INVISÍVEIS é uma proposta poética de discussão de urbanismos reais ou imaginários, utópicos ou distópicos que se organiza sob três eixos: destruição, construção e delírio. Têm-se como fio condutor o Rio de Janeiro e as mudanças simbólicas, assim como narrativas e urbanísticas, que a cidade sofre desde sua invenção. Em uma cidade como esta, talvez fosse ainda mais pertinente chamar tais eixos de setores, como se faz no contexto de um enredo de carnaval, artefato imprescindível para a elucubração de qualquer narrativa, dramática ou farsesca sobre um folclore materializado em ambiente urbano. Como a forma de uma discussão parece assumir aquela do seu próprio assunto, este projeto estabelece-se sob as mesmas formulações empíricas assumidas por qualquer cidade: caoticamente desenvolvida por diversos indivíduos que, com ou sem um plano, constroem e destroem, inventando folclores e mitologias e vendo o factual tornar-se cada vez mais próximo de uma pantomima. Desta maneira, CIDADES INVISÍVEIS se deu a muitas mãos, remendos, delírios e epifanias em um complexo e curioso rizoma, no qual artistas se misturam a médiuns, arquitetos se tornam personagens carnavalescos e o carnaval se converte em um curioso compêndio de uma dialética consciente a descrever não só o Rio de Janeiro, mas a própria condição das cidades como manifestações simbólicas. No início da obra de Ítalo Calvino, que dá o título a este projeto, o autor diz que: “Não se sabe se Kublai Khan acredita em tudo o que diz Marco Polo quando este lhe descreve as cidades visitadas em suas missões diplomáticas”, entretanto ambos os personagens parecem compreender que o que se conta sobre uma cidade é, em geral, mais belo e interessante do que a experiência da mesma. Desta forma, não sabemos se acreditamos nas cidades em que vivemos, e talvez até seja mais fácil de acreditar naquelas que não vemos. Contudo, devemos compreender que cidades são delírios e, como tais, mesmo depois de materializadas, seguem sendo histórias. Acreditando nelas ou não. Felippe Moraes curador *** BIBLIOTECA Além dos artistas convidados, o espaço expositivo irá contar com uma pequena biblioteca com a bibliografia de referência da exposição recomendada para o visitante, que poderá encontrar títulos como o supra mencionado “Cidades Invisíveis”, de Ítalo Calvino, além de “Horizonte Perdido” de James Hilton, “1984” de George Orwell, “Da Bauhaus ao nosso caos” de Tom Wolfe, entre outros. ENCONTROS E DEBATES Dentro do período em cartaz, também estão programados dois encontros para a exibição de filmes seguidos de debates com o público para discutir a dialética entre arte e o espaço urbano: 10/08 - Longa metragem “Metrópolis”, de Fritz Lang Conversa com Milton Machado, Bernardo José de Souza e mediaçao de Felippe Moraes Clássico do cinema mundial, esta ficção científica alemã de 1927 impressiona pela sua atualidade, onde todas as previsões feitas para uma distopia futurista 100 anos depois de sua produção parecem se tornar realidade. O filme mostra as relações de dominação e submissão entre uma elite, que do alto de arranha-céus controla os meios de produção, e a massa de trabalhadores, oprimida e manipulada em seus horrores cotidianos. 17/08 – Curta metragem “Homenagem à Matta-Clark”, de Joana Traub Csekö e Pedro Urano Conversa com Joana Traub Csekö, Pedro Urano, Michelle Sommer e mediação de Felippe Moraes O filme faz um registro poético do processo de demolição de uma parte não ocupada, abandonada e em ruínas, do gigantesco prédio modernista do Hospital Universitário da UFRJ, no Rio de Janeiro, e levanta a discussão sobre saúde e educação, e a atuação do poder público brasileiro. PUBLICAÇÃO DO PROJETO E, ao final, será lançada a publicação do projeto, que apresenta a experiência da realização desta exposição na Despina | Largo das Artes. Além disso, pensadores como Julia Lima, Bernardo de Britto, Bernardo de Souza, Bruno Mendonça, Michelle Sommer e Frederico Pellachin foram convidados a escrever sobre a mostra escolhendo os aspectos que mais lhes interessam, dentro do que eles percebem como "cidade invisível" e sob a ótica das suas pesquisas.